Projeto Brasil: 5 dados sobre a realidade da saúde no país

 

Este é o quarto artigo da série de conteúdos que o CLP irá publicar até setembro de 2018: o Projeto Brasil. Com ela, temos o objetivo de levantar questionamentos sobre:
 

Educação;

Desenvolvimento econômico;

Infraestrutura;

Saúde;
Segurança pública;
Sustentabilidade; e
Competitividade.

Segundo o estudo Visão Brasil 2030, da Mckinsey, o Brasil reduziu em mais da metade seus índices de mortalidade infantil e materna. O país também aumentou em 7 anos a expectativa de vida da população nos últimos 20 anos.

Essa evolução ocorreu principalmente devido a melhoras nas condições de vida da população e à estruturação do SUS, o Sistema Único de Saúde, que é considerado uma referência mundial e aumentou o acesso da população à saúde pública.

Porém, o país continua com uma das piores expectativas de vida da América Latina, superando apenas Colômbia e Venezuela, e conta com uma enorme desigualdade de indicadores de saúde entre os estados do Norte e Nordeste e os estados do Sul e Sudeste. Além disso, a gestão de recursos destinados ao SUS é um desafio.

Ainda segundo o Visão Brasil 2030, acredita-se que a projeção de gastos com a saúde será insustentável para o país até 2030, principalmente por três motivos:

1. A população idosa irá crescer consideravelmente, o que aumenta a pressão sobre o sistema de saúde, pois a incidência de doenças crônicas é até 5 vezes maior neste segmento e os serviços prestados são mais caros, no geral;

2. Estamos passando por um crise fiscal generalizada nos estados e municípios, entes que têm alta responsabilidade na garantia dos serviços de saúde pública;

3. A eficiência do sistema ainda é baixa, pois a relação entre os indicadores de mortalidade infantil, expectativa de vida e os gastos com saúde é pior que em outros países.

Abaixo você encontra outros dados sobre a realidade atual da saúde no Brasil:

Uma criança morre a cada 13 minutos no país, sendo que o índice de mortalidade infantil é 2 vezes maior em Roraima que em Santa Catarina.

45.000 crianças com menos de 5 anos vão morrer em 2018. É como se toda a população de um município do tamanho de Congonhas/MG fosse dizimada.

Vive-se, em média, 6 anos a mais no Sul e Sudeste em comparação com Norte e Nordeste.

Mais de 900 mil pessoas estão na fila para cirurgias eletivas do SUS, como de catarata, vesícula e hérnia. A espera pode chegar a 12 anos.

Mais da metade dos pacientes e profissionais da saúde não confiam no sistema de saúde do país.

Com base nesses dados, convidamos você a refletir sobre o que o país precisa para garantir acesso a serviços de saúde de qualidade para toda a população:

1. Quais as propostas dos candidatos à presidência para diminuir o número de mortes na primeira infância?

2. Que medidas podem ser tomadas para priorizar a prevenção ao invés do tratamento de problemas de saúde?

3. Por onde os candidatos à presidência propõem começar para diminuir a desigualdade no acesso à saúde no Brasil?

4. Quais ações possíveis para melhorar a distribuição de médicos e especialidades entre os estados brasileiros?

5. Que políticas públicas estão sendo propostas para combater a tripla carga de problemas de saúde, ou seja, aqueles causados por doenças agudas, crônicas e causas externas, como violência e acidentes?

6. Quais as estratégias dos candidatos à presidência para tornar o SUS financeiramente sustentável e mais eficiente?

7. Que alternativas os candidatos à presidência apresentam para driblar a crise fiscal e garantir a qualidade do sistema de saúde brasileiro?  

8. Como o desemprego influencia na sobrecarga do sistema público de saúde? Os candidatos estão propondo ações que considerem essa conexão?

9. Investimentos em prevenção podem diminuir a pressão sobre o sistema de saúde e aumentar a expectativa de vida da população?

10. A tecnologia pode contribuir para resolver os desafios da saúde no Brasil?